Os industriais brasileiros esperam o aumento da demanda, da compra de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses, informa a Sondagem Industrial, divulgada em dezembro pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Todos os indicadores de expectativas da pesquisa aumentaram pelo segundo mês consecutivo e ficaram acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que os empresários estão otimistas com o futuro próximo.

“As perspectivas são mais otimistas que no final de 2017”, diz a pesquisa. A melhora das expectativas ocorre porque o país voltou a discutir as reformas que são decisivas para estimular a atividade, explica o economista da CNI Marcelo Azevedo. “A possibilidade de que as reformas sejam encaminhadas e tenham alguma evolução no início do próximo ano anima os empresários”, diz Azevedo.

Diante desse cenário, o indicador de intenção de investimento aumentou 0,5 ponto na comparação com novembro e alcançou 55,5 pontos neste mês, o maior valor registrado desde abril de 2014. A disposição para investir é maior nas grandes empresas, segmento em que o indicador ficou em 62,9 pontos, muito acima dos 51,6 pontos registrados nas médias empresas e dos 44,8 pontos das pequenas.

PRODUÇÃO E EMPREGO EM QUEDA – No entanto, a atividade industrial continua em ritmo lento. “O desempenho da indústria foi fraco, como é tradicional para o mês de novembro”, observa Azevedo. O índice de evolução da produção ficou em 48,3 pontos e, o de número de empregados, foi de 49,1 pontos. Os indicadores da pesquisa variam de zero a cem pontos. Quando ficam abaixo dos 50 pontos, mostram queda da produção e do emprego.

Com isso, a utilização da capacidade instalada ficou estável em 69%. A ociosidade é menor nas grandes empresas, onde a utilização da capacidade instalada alcançou 73% em novembro. Nas pequenas ficou em 62% e, nas médias, em 67%.  “Embora em melhor patamar que em anos anteriores, a utilização da capacidade instalada ainda está distante do usual”, diz a Sondagem Industrial.

O dado positivo, observa a CNI, é o nível de estoques em relação ao planejado, que caiu de 50,8 pontos em outubro para 50,2 pontos em novembro. Isso indica que os estoques estão muito próximos do planejado pelos empresários.
Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 3 e 12 de dezembro com 1.961 empresas. Dessas, 813 são pequenas, 699 são médias e 449 são de grande porte.

 

Fonte: CNI