A economia brasileira consolidará o processo de retomada do crescimento em 2020, com expansão de 2,5% do produto interno bruto (PIB). A atividade econômica será impulsionada pela expansão de 2,8% do PIB industrial e pelo aumento do investimento, que deve crescer 6,5% e se confirmar como fator a promover a recuperação da economia, no próximo ano. As previsões estão na edição especial do Informe Conjuntural – Economia Brasileira, que a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga, nesta terça-feira (17).
O estudo traça um cenário mais positivo para o crescimento da economia, em 2020. Segundo a análise do cenário econômico, a aceleração da segunda metade deste ano é sinal de que haverá crescimento mais sólido nos próximos 12 meses. Os dados mais recentes indicam aumento do consumo, consequência da queda da taxa de juros e da paulatina recuperação do mercado de trabalho.
“Estamos passando por um período de reformas estruturais, de cunho liberalizante. Essas reformas, em especial as que se destinam a modernizar os regimes trabalhista, previdenciário e tributário, estão sedimentando o terreno para o aumento do consumo, dos investimentos e da produção. Com isso, certamente teremos um crescimento maior e melhor em 2020.”, afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
AGENDA DE COMPETITIVIDADE – As reformas implementadas na economia ao longo de 2019, sobretudo a da Previdência Social, têm contribuído para um ambiente mais propício ao aumento do investimento, da produção e do consumo. Assim, as expectativas para 2020 começam em alta. A CNI, porém, defende que reformas adicionais precisam ser realizadas para conter, de forma definitiva, o crescimento do gasto público e promover um equilíbrio fiscal duradouro, sem o qual não se alcança o crescimento sustentado.
Para a CNI, para que esse novo ciclo de crescimento se consolide, é “indispensável maior celeridade e ambição na agenda pró-competitividade, com foco na reforma tributária”, diz o documento. Esta reforma deve ser ampla e ter como foco a melhoria da competitividade do produto nacional. “Atrasos na mudança do sistema tributário brasileiro podem criar incertezas e inibir o investimento”, acrescenta o estudo. “Essa pauta deve continuar como prioridade na agenda de 2020”, afirma o documento.
“É fundamental continuar com a marcha das reformas, não apenas aquelas que dizem respeito ao setor público, dando maior eficiência e eficácia à ação do Estado, mas sobretudo as que visam a eliminação dos entraves que dificultam ou impedem o investimento produtivo. É imperativo atuar para a construção de um melhor ambiente de negócios para favorecer o investimento privado, o motor do novo crescimento”, avalia Robson Braga de Andrade.
INFLAÇÃO E EMPREGO – As perspectivas também são positivas para outros indicadores da economia. A expectativa é de que a inflação – medida pelo IPCA – encerre 2020 em 3,7%, abaixo da meta pelo quarto ano consecutivo. A expectativa é de que a taxa Selic permaneça no patamar estabelecido na última reunião do Conselho de Política Monetária (Copom), em 4,5% ao ano ao longo de 2020.
Em relação ao mercado de trabalho, a expectativa é de que a retomada da atividade econômica viabilizará o crescimento mais robusto de vagas formais e a geração de empregos de maior qualidade, que pagam melhores salários. Isso deve ter efeitos positivos no rendimento médio real da população e na massa salarial, no próximo ano, que devem crescer 1,6% e 3,4%, respectivamente. Em relação à taxa média de desemprego, a previsão é de que caia de 11,9% para 11,3% na média anual.