Piscina de borda infinita, cinema ao ar livre, sofás ao redor da lareira e uma vista privilegiada da cidade. Com essas opções, incorporadoras ampliam o investimento em áreas de lazer no topo dos prédios. Segundo as empresas, as intervenções podem agregar até 20% a mais de valor ao metro quadrado residencial.
Conhecido como rooftop, o conceito do terraço do edifício como área de entretenimento é importado dos Estados Unidos e atração de condomínios, hotéis e restaurantes pelo mundo. No Brasil, um dos mais icônicos é o do Terraço Itália, em São Paulo, construído em 1967. Uma visita ao 41º andar do edifício no centro de São Paulo custa R$ 50 por pessoa.
Hoje, até incorporadoras especializadas no segmento econômico, incluindo projetos vendidos pelo MCMV (Minha Casa, Minha Vida), recorrem ao conceito para diferenciar seus produtos e também atender a exigências legais.
A Plano & Plano tem três empreendimentos prontos do MCMV em que o rooftop é um lounge com paisagismo. “Encanta o cliente. Numa cidade muito adensada como São Paulo, as pessoas têm necessidade do horizonte”, diz Renée Garófalo Silveira, diretora de de incorporação.
No médio padrão, como são definidos imóveis de até 100 m² que custam entre R$ 250 mil e R$ 500 mil, o rooftop ganha mais itens de lazer, academia e espaços gourmet.
A área de piscina no rooftop ainda não cabe dentro do segmento econômico, porque requer manutenção especializada, terreno maior e equipamentos que encarecem a construção.
Na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, o residencial Niemeyer 360º busca o conceito de “telhado verde” com cinco lounges, cada um deles voltado para uma vista da cidade: mar, montanhas, ilhas e lagoas. O projeto é do arquiteto Paulo Niemeyer, bisneto de Oscar Niemeyer. “É o prédio residencial mais alto do Rio, o que propicia uma visão de 360 graus. Acreditamos em uma valorização em torno de 15% se comparado a um empreendimento sem esse benefício”, afirma Antonio Carlos Osorio, sócio da Capital 1. O metro quadrado do imóvel custa a partir de R$ 16 mil.
O rooftop do Glória Residencial Rio de Janeiro, retrofit do icônico Hotel Glória, terá piscinas com raia, infantil e aquecida, sauna a vapor, sala de massagem, salão gourmet, adega e área de pouso de drone para entregas.
No Alma Ipanema, o teto trará piscina com borda infinita e vista para a praia. Os apartamentos de 58 m² têm valor médio de R$ 35 mil o metro quadrado. “A comparação mais direta é do imóvel novo com o usado, que pode chegar a valer o dobro.
Em relação a apartamentos com lazer no rooftop o impacto pode chegar a 20% no valor”, afirma Jomar Monnerat, gestor do Opportunity Imobiliário, incorporador dos projetos.
Fonte: Folha de S. Paulo