O mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida de Goiânia começou 2024 com forte valorização nos preços dos imóveis. No primeiro trimestre, apesar das empresas terem vendido 6,5% menos unidades que no mesmo período de 2023, o valor geral de vendas (VGV) aumentou 15,8% no mesmo período.
Um dos motivos foi a alta no valor médio do metro quadrado, que chegou aos R$ 8.356, contra R$ 7.952 no ano passado. As incorporadoras garantem que o mercado está aquecido, pois o número de unidades vendidas superou o de unidades lançadas nos três primeiros meses do ano, o que reduziu o estoque disponível.
Os números são de levantamento da Brain Inteligência Estratégica, especialista em pesquisas para o mercado imobiliário nacional, e divulgada pela Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). No ano passado, as vendas de imóveis novos em Goiânia e Aparecida somaram R$ 6 bilhões, o que colocou a capital com o terceiro maior mercado imobiliário do País. No primeiro trimestre deste ano, as vendas já somam R$ 1,3 bilhão.
Para o presidente da Ademi-GO, Felipe Mellazzo, isso traz otimismo em relação ao desempenho deste ano. Segundo ele, a valorização nos preços dos imóveis ocorre porque o mercado continua aquecido e vários fatores elevam o custo dos empreendimentos, como o preço da mão de obra e dos terrenos, que terão um aproveitamento menor depois que o Plano Diretor reduziu o índice de ocupação. “Quem deixou o dinheiro em aplicações financeiras ao invés de investir em imóveis, perdeu dinheiro nos últimos anos. E esse cenário se repetirá nos próximos meses”, prevê.
As vendas também superaram muito o volume de unidades lançadas no primeiro trimestre deste ano: foram comercializadas 1.923 imóveis, enquanto os lançamentos somaram 1.124 unidades.
O resultado final desta equação foi uma queda no total de imóveis disponíveis para venda: de 11.564 no final de 2023, para 10.765 ao final do primeiro trimestre de 2024. Isso também ajuda a pressionar os preços no mercado.
Credson Batista, diretor de pesquisas e estatísticas da Ademi-GO, afirma que, nos bairros mais valorizados de Goiânia como os setores Marista, Bueno, Oeste e Jardim Goiás, os preços médios praticados estão acima de R$ 10 mil. Ele acredita que esta valorização deve continuar, pois o mercado permanece aquecido e saudável, vendendo mais do que lançando.
Alta de custos
Nos três primeiros meses do ano, a prévia de valorização dos imóveis foi de 5%, comparado com o preço médio do ano passado. Para o presidente do conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, lembra que este índice vem se somar aos 23% de valorização média em 2022 e aos 18% registrados em 2023. Ele também ressalta que diversos fatores pressionarão o aumento dos custos de produção dos imóveis.
Se, antes, os preços dos materiais de construção tiveram uma forte alta por causa da pandemia e da guerra entre Rússia e Ucrânia, agora há um aumento no custo com a mão de obra, que ficou mais escassa e cara, por causa do grande volume de lançamentos nos últimos anos e de obras iniciadas. Atualmente, são 157 obras simultâneas em Goiânia, contando apenas os canteiros de incorporação, fora as obras comerciais, residenciais, de loteamentos e etc.
Além disso, Razuk lembra que os terrenos também estão cada vez mais caros e o fato de o Plano Diretor ter reduzido o índice de aproveitamento, que deve resultar em menos unidades por empreendimento, é outro fator que aumenta os preços dos imóveis.
A expectativa é que a demanda também continue aquecida por conta da queda nas taxas de juros, que reduz o valor das parcelas e facilita o acesso aos financiamentos bancários. “O mercado imobiliário funciona inversamente proporcional à taxa de juros”, destaca Razuk.
Outro fator de impulso é o crescimento econômico pois, enquanto o PIB do País cresceu 2,9% em 2023, o PIB de Goiás teve alta de 6,1%. “Esse aquecimento da economia local influenciou positivamente o mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida”, avalia. Com o mercado mais aquecido e os juros em queda, as empresas hoje têm maior facilidade para repassar as altas de custos para os preços dos imóveis.
Fonte: O Popular