Segundo pesquisas encomendadas pela Adial Goiás, a maioria avassaladora dos goianos defende a atração de indústrias e incentivos fiscais. A indústria é considerada por 98,3% dos goianos como muito importante ou importante para o desenvolvimento econômico do Estado.

Além de criar novos empregos formais, os goianos enxergam na industrialização da economia estadual uma grande oportunidade para gerar novos negócios nas cidades onde as empresas estão instadas ou são anunciados investimentos, aumenta a arrecadação de impostos, além de atrair mais escolas e universidades.

Por conta disto, 97,7% dos goianos são a favor da instalação de novas indústrias em Goiás e 74,3% aprovam os programas do Estado para atrair novos investimentos privados por meio de incentivo fiscal.

As pesquisas, quantitativa e qualitativa, inéditas encomendadas pela Adial Goiás, ao Instituto Fortiori, registraram a percepção dos goianos em relação à industrialização, geração de empregos, desenvolvimento econômico e incentivos fiscais no Estado. A pesquisa quantitativa ouviu 800 goianos entre 20 e 29 de abril deste ano em mais de 40 municípios goianos. A margem de erro, para mais ou menos, é de 3%. Já as pesquisas qualitativas foram realizadas no mesmo período em Goiânia, Anápolis, Rio Verde e Catalão, sempre com dois grupos em cada cidade.

A força da indústria

A indústria é considerada o setor econômico mais importante pelos goianos para o desenvolvimento do Estado, com 33% das respostas, seguido pelo comércio (21%) e agricultura/pecuária (15,7%). Nos municípios goianos com forte polo industrial, este porcentual cresce para 39,8% das respostas da pesquisa encomendada pela Adial Goiás. Quanto maior é a sua faixa etária, maior é a percepção dos goianos de que a indústria é o setor mais importante para o desenvolvimento econômico e social do Estado.

Já o comércio é exatamente o contrário: é considerado mais importante pelos mais jovens, especialmente os que têm entre 16 e 24 anos de idade. Entretanto, quanto menor é o grau de instrução do goiano maior é sua percepção de que a indústria é o setor econômico mais importante e o inverso acontece com o comércio.

A importância da indústria se destaca nas respostas dos goianos que moram na Região Central (44,7% das respostas) e no Norte/Noroeste (45,7%). Só perdeu (para o comércio) em Goiânia (com apenas 21,7% das respostas, contra 23,3% para o comércio) e no Entorno e Nordeste (20,5% a 38,4%). Nas Regiões Sul, Sudoeste e Sudeste o setor industrial é visto como o mais importante para o desenvolvimento de Goiás, mas muito próximo está o da agricultura e pecuária. A pesquisa quantitativa feita pelo Instituto Fortiori ouviu 800 pessoas no Estado, entre 20 e 29 de abril deste ano, com margem de erro máxima de 4%.

Já na pesquisa qualitativa encomendada pela Adial Goiás as pessoas entendem que os serviços públicos têm de ser promovidos pelos governos, sejam eles municipal, estadual ou federal. Separam bem de quem é a atribuição e dizem que se está faltando algo, é por falta de competência ou probidade para gerir os recursos. Contudo, enxergam como um gesto positivo as iniciativas que partem do empresariado, pois entendem que eles também recebem contrapartidas do setor público. As ações mais defendidas são a construção de creches, investimentos na área social, cultura, esporte e qualificação profissional.

Geração de empregos

Para 39,4% dos goianos, as indústrias são as maiores responsáveis pela geração de empregos em Goiás. Se incluir a construção civil e a agroindústria, a relevância do setor industrial cresce para 52,9% das respostas dos entrevistados em inédita pesquisa realizada pela Adial Goiás. O comércio foi apontado com o setor mais importante por 22,6% dos goianos e o setor público, por 9,6%. A importância da indústria para a geração de empregos é vista com maior força no público feminino (53,4%, quando se inclui a construção e a agroindústria), entre aqueles que têm mais de 35 anos de idade, que têm segundo grau completo ou curso superior e entre os que têm renda média mensal acima R$ 2 mil.

Até em Goiânia, onde a indústria não é tão representativa na economia local, foi o setor apontado como o mais importante para a geração de empregos (39,2% das respostas, considerando a construção civil), seguido pelo comércio (25,8%).

Na pesquisa qualitativa encomendada pela Adial Goiás a indústria é percebida pelos goianos como o setor mais importante para alavancar empregos e desenvolvimento. Há um sentimento de que ela agrega não só mais renda, mas também mudanças importantes nos municípios onde são instaladas, como melhoria da infraestrutura, mais escolas e universidades, fortalecimento do comércio e do próprio status da sociedade. Existe também a percepção de que os melhores empregos estão no setor industrial, embora comércio e setor público exerçam grande sedução sobre uma parcela significativa dos entrevistados.

Na qualitativa encomendada pela Adial, a escassez de vagas não surge espontaneamente como um dos problemas principais nas cidades pesquisadas. No entanto, quando são estimulados, os grupos expressam uma preocupação com o cenário e um sentimento de que “já foi melhor”. A redução de vagas se dá, segundo a visão das pessoas, em função da crise nacional e do fechamento de algumas empresas. Há uma reclamação com o valor dos salários, uma percepção de achatamento do poder aquisitivo. Em Goiânia, onde a indústria tem menos presença, é mais forte o sentimento de redução do mercado nos últimos tempos e a reclamação por falta de oportunidades.

Início de carreira

A indústria foi apontada por 34,5% dos goianos como o melhor local para um jovem iniciar sua carreira profissional. Se considerarmos a construção civil e a agroindústria, este porcentual cresce para 40,8% no Estado. É seguida pelo comércio (28,7% das respostas) e pela administração pública (17,2%). Curiosamente, 29,5% dos entrevistados com idade entre 16 e 24 anos de idade apontaram o comércio como o setor mais importante para o jovem iniciar sua carreira, mas logo seguindo da indústria, com 28,2% das respostas.

Daí em diante, quanto maior é a faixa etária, maior importância é dada ao setor industrial neste aspecto, como também é dada maior relevância para a indústria na formação de jovens entre aqueles com maior escolaridade e que residem em municípios-polos industriais de Goiás.

Quase unanimidade

Por todos estes aspectos, a indústria é considerada por 98,3 % dos goianos como muito importante ou importante para o desenvolvimento econômico de Goiás. Principalmente entre aqueles que têm maior faixa etária e maior escolaridade. Em Goiânia, isto é considerado por 95,8% dos entrevistados pela inédita pesquisa da Adial Goiás. Nas Regiões Central, Entorno, Nordeste, Sul, Sudoeste e Sudeste chega a 99% ou 100% das respostas.

Quando a pergunta é qual a relevância da indústria para a geração de novos empregos no Estado, também 98,3% responderam que é muito importante ou importante. Mais uma vez, quanto maior é a idade e a escolaridade do entrevistado maior é a importância dada ao setor industrial na criação de novos postos de trabalho.

Na pesquisa qualitativa ficou nítido que os goianos enxergam no processo de industrialização uma grande oportunidade para novos negócios, pois há mais dinheiro circulando na cidade. Como aumenta a arrecadação, permite mais investimentos na cidade, além de atrair mais escolas e universidades.

A defesa da industrialização feita pela maioria absoluta dos entrevistados não impede que eles enxerguem problemas causados pelo processo. Sobressai a preocupação com o meio ambiente, mas há também uma visão de que o aumento da população leva à piora dos serviços públicos, aumento no custo de vida e também atrai mais violência. Mas estes problemas são atribuídos pelos entrevistados a uma dificuldade do setor público em responder adequadamente ao aumento das demandas.

Aumento da arrecadação

Para 71% dos goianos o setor industrial propicia o aumento da arrecadação de impostos no Estado. Apenas 24,8% afirmaram que gera pouco ou nenhum aumento no recolhimento de tributos. Nos municípios em que existe forte atividade industrial, 90,8% dos entrevistados afirmaram que a indústria aumenta a arrecadação de impostos, mas 86% afirmaram o mesmo nos municípios goianos de menor vocação industrial.

Incentivos Fiscais

A instalação de indústrias atraídas por incentivos fiscais é um fator positivo para a maioria da população em Goiás: 74,3% dos entrevistados acham positivo, contra apenas 12,9% que consideram negativo. O efeito positivo mais destacado disto é a geração de novos empregos, para 62,2% dos entrevistados, e 79% afirmam que a instalação de indústrias trouxe benefícios para o Estado. O principal deles, para 68,3%, é novamente a maior oferta de postos de trabalho. Mas são citados também outros benefícios importantes, como aumento da arrecadação e da renda, maior qualificação dos trabalhadores e mais desenvolvimento econômico e social em Goiás.

Por conta disto, 97,7% dos goianos são a favor da instalação de novas empresas em Goiás e aprovam a política de industrialização por meio de programas de incentivo fiscal. A pesquisa encomendada pela Adial Goiás ouviu 800 pessoas no Estado, entre 20 e 29 de abril deste ano, com margem de erro de até 3%.

Para 74,3% dos goianos, segundo a pesquisa, a instalação de indústrias atraídas por incentivos fiscais foi positiva para os municípios que receberam os investimentos. Para 79% isto gerou benefícios para os municípios onde as indústrias se instalaram. Esta percepção que cresce na medida que são maiores a idade e a escolaridade dos entrevistados. Os principais motivos: gerou novos empregos e melhorou a renda dos trabalhadores (72,6% das respostas), aumentou a arrecadação (4,5%) e propiciou maior desenvolvimento para as cidades (4%).

Curiosamente, entre aqueles que consideram que a instalação de novas indústrias foi negativa, as maiores respostas foram porque suas cidades não receberam nenhum investimento industrial. De uma forma geral, 62% consideram que Goiás melhorou com a abertura de novas indústrias por meio de incentivos fiscais e apenas 6,9% consideram que o Estado piorou.

A maior parte dos goianos (61,4%) não tem conhecimento que o Estado mantém políticas de incentivos fiscais para a atração de indústrias e apenas 37,5% afirmaram ter conhecimento disto. Mas, diante da exposição da existência dessas políticas, 89,9% afirmam que são favoráveis à política de incentivos fiscais para estimular a abertura de mais empresas em Goiás. Apenas 7,6% dizem que são contra. Mais: 76,6% concordam totalmente que a política de incentivos deve continuar e outros 15,2% concordam parcialmente.

Outro dado importante da pesquisa da Adial Goiás é que 92,7% concordam (totalmente ou parcialmente) que é melhor o Governo Estadual receber uma parte dos impostos das indústrias que investem atraídas pelos incentivos fiscais, gerando empregos e desenvolvimento em Goiás, do que perdê-las para outros Estados do País. Apenas 7,1% discordam disto. A maior parte dos goianos afirma que as indústrias beneficiadas com incentivos devem dar maiores contrapartidas ao Estado, além da geração de empregos, principalmente com investimentos em infraestrutura, saúde, escolas e creches.

O conhecimento sobre a política de incentivos à indústria é maior nas cidades mais industrializadas, mas há mesmo nelas algum grau de desconhecimento. Contudo, o apoio a esta política é predominante, tanto entre os que conhecem o tema quanto aqueles que não conhecem, mas são expostos à informação. As pessoas entendem que Goiás não possui grandes atrativos para as indústrias, por estar distante dos grandes centros consumidores, e que a carga tributária já é alta demais, então sem os incentivos as indústrias não investiriam aqui. Afirmam também que os benefícios (empregos, desenvolvimento, etc.) justificam o apoio às empresas.

Na pesquisa qualitativa encomendada pela Adial Goiás as pessoas se mostram atentas e preocupadas com as notícias de fechamento de indústrias em Goiás. Em Anápolis e Catalão, essa situação se sobressai, por causa dos boatos a respeito da Caoa e da Mitsubishi, respectivamente. Mas na cabeça das pessoas a possibilidade dessas empresas saírem está muito relacionada à crise nacional.

Estimulados a imaginar um cenário sem o processo de industrialização que Goiás viveu nas últimas décadas, os cidadãos afirmam que seria uma terra atrasada, com pouco desenvolvimento. As cidades seriam menores e mais pobres e as oportunidades de emprego e estudo seriam reduzidas.

Autoestima dos goianos

A pesquisa encomendada pela Adial Goiás quis saber também sobre como os goianos avaliam a sua vida: 75,1% disseram que estão “satisfeitos” ou “muito satisfeitos” e apenas 24,9% se dizem insatisfeitos ou muito insatisfeitos. A satisfação entre homens é de 75,9% e entre as mulheres, de 74,3%. Em relação a faixa etária, a pesquisa mostra que a autoestima dos goianos é maior entre aqueles com idade entre 16 a 24 anos (79,2%) e entre aqueles com idade entre 25 a 34 anos de idade (82,3%).

Quanto maior o nível de ensino, maior também a autoestima. Entre os que têm curso superior o índice de satisfeitos é de 75% e entre os que possuem ensino médio completo, de 78,7%. Também é maior entre aqueles que têm renda média mensal acima de R$ 3 mil e entre os que residente em Goiânia, na Região Central e nas Regiões Sul e Sudoeste do Estado. Entre os insatisfeitos, o maior o número de respostas foi de pessoas que moram nas Regiões Norte e Nordeste de Goiás.

Apesar da satisfação majoritária com a vida, os goianos expressam um sentimento forte de apreensão com o momento atual. Há uma percepção negativa com relação às gestões municipais, uma frustração com o início dos governos federal e estadual e muita reclamação quanto à qualidade de serviços básicos como saúde e segurança. Existe o receio com a economia e o perigo do desemprego, somado a um sentimento de queda no poder de consumo, mas isto ainda não surge espontaneamente como a maior preocupação nas cidades pesquisadas.

Melhorias nas cidades

A maioria dos goianos avalia que o desenvolvimento em suas cidades não tem avançado nos últimos anos, segundo pesquisa encomendada pela Adial Goiás ao Instituto Fortiori. Apenas 36,3% afirmaram que houve melhora em seu município, mas 29,9% disseram que “ficou parado” e 33,3% afirmaram que houve piora. Quanto maior a faixa etária, maior é a percepção negativa sobre o desenvolvimento de sua cidade. As avaliações mais negativas são nas Regiões Sul/Sudeste (63,5% afirmaram que o desenvolvimento em seu município parou ou regrediu) e Norte/Noroeste (73,4%) do Estado. As melhores avaliações foram de moradores em municípios do Sudoeste (48,4% afirmaram que ocorreram melhorias) e Entorno/Nordeste (45,2%). Em relação à capital, apenas 25,8% dos moradores afirmaram que houve melhorias em Goiânia nos últimos anos e 74,2% disseram que o município regrediu ou ficou parado no tempo. A pesquisa quantitativa feita pelo Instituto Fortiori ouviu 800 pessoas no Estado, entre 20 e 29 de abril deste ano, com margem de erro máxima de 4%.

Por Lívia Barbosa
Fonte: ACIEG