Pesquisa mensal do IBGE mostra que em março as indústrias goianas produziram 2,8% menos que no mês anterior; País registrou queda de 9,1%

 

A produção industrial de Goiás desacelerou com o início do primeiro decreto de isolamento social do governo do Estado. Depois de crescer 1,3% em janeiro e 0,3% em fevereiro, em março as indústrias goianas produziram 2,8% menos que no mês anterior. Mesmo assim, o desempenho industrial do Estado ainda ficou bem acima da média nacional, que registrou queda de 9,1% em relação a fevereiro. Isso porque a indústria goiana é baseada na produção de alimentos, medicamentos e biocombustíveis, que não tiveram a produção interrompida.

De acordo com a Pesquisa Industrial Mensal, divulgada pelo IBGE, em março, a indústria recuou em todos os 15 locais pesquisados no País. A produção nas indústrias goianas também foi 1,2% menor que no mesmo período do ano passado. A maior queda foi na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, seguida pela produção da metalurgia, que recuou 21,8% este ano.

Por outro lado, as indústrias de maior peso na pesquisa em Goiás continuaram produzindo depois do decreto de isolamento no Estado, como alimentos e bebidas e medicamentos, por fabricarem produtos considerados essenciais à população. Além disso, a exportação de alimentos produzidos aqui para outros países também continuou. “Como a indústria nacional é mais diversificada, com vários segmentos que tiveram a produção interrompida por conta da pandemia, ela teve uma queda bem acentuada”, explica o superintendente do IBGE em Goiás, Edson Roberto Vieira.

Já a fabricação de etanol nas usinas goianas aumentou com o início da safra de cana de açúcar. Edson lembra que esse crescimento da produção se deu justamente num período de forte redução do consumo, por conta do primeiro decreto de isolamento social, que começou no dia 17 de março. “O resultado foi aumento de estoques e uma queda acentuada do preço nas bombas, o que deixou essa cadeia numa situação bem difícil no momento”, destaca.

Outro segmento que foi na contramão e registrou aumento da produção no Estado foi a fabricação de produtos químicos, que cresceu 17,1% em março. Para o superintendente do IBGE, a explicação pode estar no aumento da procura por produtos de limpeza entre as estratégias de combate à propagação do vírus. Vale lembrar que essas indústrias também continuaram produzindo para atender a este aumento na demanda.

As acusações do presidente dos EUA, Donald Trump, de que a China seja responsável pela pandemia do coronavírus também podem estremecer a relação entre os dois países, o que beneficiará mais as exportações goianas de alimentos e a produção local.

Fonte: O Popular