A leitura de abril ficou melhor do que a mediana das projeções de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de queda de 32,2% no mês

 

Sob impacto das medidas de isolamento social, a produção da indústria nacional caiu 18,8% em abril, na comparação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado não tem precedentes — é o pior da série histórica do setor, iniciada em 2002. Em março, a produção já havia recuado 9% frente ao mês anterior — variação revisada de uma queda de 9,1% anteriormente divulgada.

A leitura de abril ficou melhor do que a mediana das projeções de consultorias e instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, de queda de 32,2% no mês. O intervalo das projeções ia de queda de 17% a recuo de 50,5%.

Na comparação com abril do ano passado, a produção industrial brasileira diminuiu 27,2%, também a maior queda da série histórica da pesquisa. Para essa base de comparação, a mediana das projeções era de queda de 40%.

Com o resultado, a produção da indústria acumula agora queda de 8,2% no ano e de 2,9% em 12 meses, conforme os dados da pesquisa.

Categorias

Todas as grandes categorias econômicas de bens industriais acompanhadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tiveram quedas recordes de produção em abril.

A mais impactada foi a produção de bens duráveis, que recuou 79,6% em abril, na comparação a março. Foi a queda mais intensa desde 2002, início da série histórica. Frente ao mesmo mês do ano passado, o indicador mostrou recuo de 85%.

Outro destaque negativo veio dos bens de capital, com baixa de 41,5% em abril, na comparação a março. Quando comparado ao mesmo mês de 2019, a queda dos bens de capital foi de 52,5%.

Em relação aos bens intermediários, a pesquisa indicou queda de 14,8% em abril, frente ao mês anterior. Quando comparado a abril de 2019, essa categoria de bens mostrou recuo de 17,1%, segundo o IBGE.

Já os bens de semiduráveis e não duráveis registraram queda de 12,4% na passagem de março para abril. Frente a abril de 2019, a queda foi de 25,2%.

 

Fonte: ACIEG