A construção civil gerou, de janeiro a agosto de 2020 em todo o País, 58.464 novas vagas com carteira assinada. Esse é o resultado da diferença de 996.579 admissões e de 938.115 demissões. Nesse período, somente a Agropecuária (98.320 vagas) e a Construção (58.464 vagas) apresentaram resultados positivos, segundo dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados pelo Ministério da Economia. O mercado de trabalho no setor foi destaque em 18 estados, em 12 deles ocupando o primeiro lugar na geração de empregos no período.

Além dos 12 estados da federação – Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo e Paraná e Distrito Federal – em que a construção civil foi o setor que mais gerou vagas com carteira assinada nos meses de referência, em outros seis – Acre, Amazonas, Maranhão, São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul – o setor foi o segundo maior responsável pela geração de novos empregos.

De acordo com o novo Caged, considerando todas as atividades, o País contabilizou um saldo negativo de 849.387 postos de trabalho, ou seja, as demissões (10.030.084) foram superiores às admissões (9.180.697).

“Os números demonstram que a construção civil ajudou a evitar resultados ainda piores no mercado de trabalho nacional nos primeiros oito meses do ano”, destaca a economista do Banco de Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos.

Os resultados demonstram a importância do segmento no processo de retomada da economia nacional. Evidenciam, ainda, que o incremento das atividades do setor não está restrito a uma região, mas têm acontecido de forma mais generalizada no País.

“As atividades da construção estão em expansão e o setor é um dos líderes da recuperação do mercado de trabalho do País. O ritmo de suas atividades precisa ser mantido”, defende Vasconcelos, ressaltando como positivas, neste sentido, iniciativas como a redução da taxa de juros na linha de crédito do financiamento habitacional e a prorrogação até o fim do ano da possibilidade de carência para o início do pagamento das parcelas dos novos contratos imobiliários, anunciadas recentemente pela Caixa Econômica Federal.

Por outro lado, destaca que o setor enfrenta desafios, como o incremento dos seus custos e a possibilidade do fim da desoneração da folha de pagamentos. “Num cenário ainda caracterizado por incertezas com a pandemia do novo coronavírus e com a questão fiscal em evidência, o protagonismo da construção civil como segmento capaz de liderar a recuperação da economia fica cada vez mais claro. Em função disso, o setor precisa, necessariamente, estar na agenda de prioridades do País”, frisa.

 

Fonte: Ademi-GO