A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que o Brasil vai crescer 4,9% neste ano, em comparação com 2020. O dado foi revisto devido ao melhor desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre. A expectativa anterior, projetada em março, era de expansão de 3%, no entanto, os impactos da segunda onda da pandemia sobre a atividade produtiva foram menores do que o esperado. Nesse cenário, o PIB industrial deve aumentar 6,9%, sendo que a indústria de transformação deve ficar 8,9% maior em relação ao ano passado.
Segundo o Informe Conjuntural do segundo trimestre de 2021, divulgado nesta sexta-feira (2), o otimismo em relação ao PIB é resultado de uma queda menor na atividade que a esperada em resposta às novas medidas de distanciamento social. No primeiro trimestre, o PIB cresceu 1,2%, puxado pelo investimento e pelas exportações. A previsão expectativa é de que a indústria de transformação, que recuou 0,5%, volte a crescer no segundo semestre.
O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, explica a importância do crescimento da indústria por seu efeito multiplicador na geração de riquezas no país. “A indústria é o setor com maior capacidade de puxar o crescimento da economia. Cada R$ 1 produzido na indústria de transformação gera outro R$ 1,67 na produção da economia como um todo, sendo que, deste R$ 1,67, R$ 0,84 são gerados no setor de serviços”, diz.
Para ele, os percentuais de crescimento são significativos, mas 2020 foi um ano com paralisação muito forte da atividade industrial em abril, puxando a média do ano para baixo, apesar da rápida recuperação. “Um fator determinante para o crescimento econômico será o aumento dos investimentos”, afirma Robson Andrade.
Para o economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, o empresário industrial está mais confiante e com maior intenção de investir. “Apesar do aumento dos juros pelo Banco Central, as taxas continuam baixas para o padrão brasileiro dos últimos anos. Além disso, a utilização da capacidade instalada segue elevada, o que sugere necessidade de investimentos para ampliar a produção”, afirma Fonseca.
A avaliação é que a política fiscal, por sua vez, continuará atuando de forma positiva com relação à demanda agregada. Ainda que a diretriz continue sendo a busca pelo equilíbrio fiscal, o nível de gasto do governo será menor que o de 2020, mas superior ao de 2019.