As empresas do mercado imobiliário de Goiânia e Aparecida venderam 7.775 imóveis de janeiro a setembro deste ano, um crescimento 50% em relação ao mesmo período do ano passado. As vendas somaram R$ 3,47 bilhões somente nos nove primeiros meses do ano, já acima dos R$ 3,3 bilhões vendidos ao longo de todo ano passado, segundo pesquisa da Brain Inteligência Estratégica para a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO). Com isso, a expectativa é fechar este ano com R$ 4 bilhões em vendas, um incremento de 20% em relação ao ano passado.

Este ano, o mercado de imóveis ainda foi muito favorecido pelas baixas taxas de juros, pois a Selic chegou aos 2% no segundo semestre de 2020 e atraiu investidores do mercado financeiro para o setor. As recentes elevações da taxa ainda não chegam a assustar. “O impacto sobre as taxas praticadas nos financiamentos imobiliários ainda foi pequeno e os juros continuam atraentes se comparados a outros tipos de crédito”, lembra o presidente da Ademi-GO, Fernando Coe Razuk.

De janeiro a setembro deste ano, o montante de financiamento para o setor cresceu 96% no País sobre o mesmo período de 2020. Confiante no desempenho do mercado com estas taxas de juros mais atraentes, as empresas do lançaram 7.760 unidades habitacionais, 60% mais que nos nove primeiros meses do ano passado. O volume geral de venda (VGV) dos lançamentos alcançou R$ 4,43 bilhões e cresceu 109% na mesma comparação. “Como as vendas vinham aquecidas, as incorporadoras se animaram e lançaram mais este ano”, destaca.

O maior número de lançamentos acabou se refletindo num incremento do estoque de unidades. O número de unidades disponíveis no mercado chegou a 9.787 no último mês de setembro, contra 7.648 no mesmo período de 2020.

Preços

Para Fernando Razuk, quem investiu se deu bem, já que o preço médio do metro quadrado no mercado local teve uma valorização média de 40% entre janeiro e setembro. Porém, ele ressalta que isso não significou um aumento de faturamento para as empresas, já que o índice foi equivalente apenas ao repasse do aumento do custo da construção, que disparou no mercado. Somente de agosto para setembro, o preço médio do metro quadrado subiu de R$ 6.306 para R$ 7.888. O bairro mais valorizado da capital continua sendo o Marista, com uma média de R$ 7.681 por metro quadrado.

Mesmo após a elevação dos juros, as vendas continuaram em crescimento, registrando alta de 42% de agosto para setembro. Se os juros dos financiamentos subirem mais, Razuk não descarta a possibilidade de uma desaceleração do mercado nos próximos meses, assim como deve acontecer em praticamente todas as atividades econômicas para conter a inflação.

“Mas avaliamos que foi um ano espetacular em vendas. Os decretos que paralisaram obras poderão impactar nos prazos de entrega dos empreendimentos, mas o maior desafio foi mesmo a alta dos custos de produção”, avalia.

Para o presidente da Ademi-GO, o mercado imobiliário também continuou sendo impactado positivamente pelos reflexos da pandemia, que levou muita gente a fazer um upgrade em seu imóvel, depois de passar mais tempo trabalhando ou estudando em casa. Com isso, as incorporadoras também passaram a investir mais em inovações e trouxeram muitas novidades em seus lançamentos para atender novas demandas do mercado, como plantas que passaram a oferecer varandas maiores e espaços para home office nos apartamentos.

Custos e preços altos em 2022

Para o próximo ano, o mercado acredita que o custo de construção deve continuar aumentando, mas num ritmo menor. “Reajuste no preço de energia e combustíveis, desvalorização cambial, tudo afeta o custo de construção. Além disso, com o aumento dos lançamentos, devemos ter uma maior demanda por mão de obra em 2022, o que pode impactar em aumento no custo destes profissionais”, prevê Razuk. Porém, a valorização imobiliária também deve continuar. “Para 2022, a expectativa é de uma elevação entre 10 e 20% no valor dos imóveis”, acredita o presidente da Ademi-GO. Por outro lado, como em todo ano eleitoral, a expectativa é de que as incorporadores reduzam os lançamentos em 2022.

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